sábado, 19 de janeiro de 2008

Sinaia, Brasov & Bran

Olá meu caros,

Quando cheguei a Bucareste, tinha à minha espera muita neve (e frio!), e mts trabalhos e testes para fazer para a Faculadade!
Assim durante 3 dia mal saímos de casa a estudar Finanças, Human Resources e também a matar saudades da nossa residência! (Já saiu a nota de HR... tirei nota máxima 10!!!)
Mas na quinta-feira já estava farta de estar por Bucareste e decidi aproveitar o dia que tinha mais ou menos livre para conhecer um pouco melhor a Roménia! Infelizmente, o pessoal que já estava na Moxa tinha todo o que estudar... por isso segui viagem sozinha!

Na sexta-feira, às 7.30h já estava eu num comboio a caminho de Sinaia! Tenho de confessar que andar de comboio na Roménia, a caminho de uma "cidade" que não sabes como é, e que não é o fim da linha, é um pouco complicado! Mas quem tem boca, vai a Roma!!
Comigo levei o livro da Sara: "Estern Europe" para me aconselhar nos melhores locais a visitar!

Sinaia é conhecida por duas coisas: Castelul Peles e a estância de esqui! Fiquei-me por visitar o 1º... que é espectacular! No livro, dizia que não ficava muito longe da estação de comboios, por isso segui a pé! E subi, subi... a dada altura já não acreditava que existisse castelo! Mas o caminho é muito agradável... as encostas estavam cobertas de neve e um pequeno riacho dá um toque final ao quadro encantador!
A dada altura ... por dentro da vegetação começa a espreitar a torre mais alta do castelo! Eram 10.30 e praticamente ainda não havia turistas! No ar, ouvia-se uma musica medieval entoada por uma flauta não muito longe! LINDO!
Vejam o filme com som!



De resto, acho que as imagens contam tudo! Este é o monumento mais visitado na Roménia! E entende-se bem porquê! Não só o exterior do Castelo e a sua envolvente são do melhor... como o interior é algo que vale mesmo a pena visitar! É de um riquinte e de um bom gosto difíceis de superar! Pena não deixarem tirar fotos!



Mas a manhã já ia no fim, e eram horas de seguir viagem!
Às 2h já estava eu em Brasov (2ª cidade mais importante da RO e fica a 3,5 horas de Bucareste)

Assim que saí da estação foi até ao ponto de informações e em poucos minutos fiquei a saber como me deslocar para o centro e depois para Bran.

Alguém já me tinha dito que Brasov, era um misto de Sibiu e Bucareste! A mesma arquitectura medieval de Sibiu, mas em tamanho muito maior! Não é uma má cidade para se viver! A praça central é agradável, com muitas lojas, cafés e restaurantes! Tem alguns edifícios imponentes como o Brasov Historical Museum ou a Black Church e as pessoas são simpáticas!

Mas o que de melhor Brasov tem, é sem dúvida a vista! Esta cidade está rodeada por montanhas - é o início dos Cárpatos; e subindo ao topo do Monte Tampa por teleférico ficamos num lado, com toda a cidade aos nossos pés, e no outro com uma vista fenenomenal dos Cárpatos! LINDO! Sente-se uma paz lá em cima... um silêncio... conseguimos ouvir os nossos próprios pensamentos!

Às 4h da tarde já estava de volta à cidade, e ainda tive tempo de dar umas voltas pela cidade para apreciar o ambiente durante a hora de ponta!! Muito mais calmo que o de Bucareste!! lolol

O sol já se começava a esconder por trás dos picos mais altos e eu ainda queria ir ver o Castelo de Bran! Por isso, lá segui as indicações da guia... e consegui encontrar o autocarro que me ia levar ao 2º monumento mais visitado na Roménia!

Esta viagem deu para conhecer, não só o Castelo, mas também a forma como os romenos vivem em cidades mais pequenas! O autocarro em que foi para Bran, estava apinhado de gente (era um de 54 lugares, e levava pra aí 70)... gente com muito casacos e algumas malas! Mas mesmo assim, as pessoas não deixavam de ser minimamente simpáticas! Se não o fossem nunca teria saído na paragem certa... e a esta hora estaria não sei onde!

O autocarro deixou-me mesmo à porta, mas já eram 6h! Ou seja, já estava de noite e o Castelo estava fechado! Só deu mesmo para o ver, comprar postais e voltar a enfrentar um caminho de 1 hora de regresso a Brasov, mas desta vez bem sentadinha! :)

No meio de tanta coisa, não consegui comprar nenhum postal de Brasov! Dá para acreditar?! É que não encontrei nenhum... :( Vou ter de tentar arranjar mais tarde!

Para finalizar o dia bem aterefado... cheguei a tempo à Moxa para receber o Petas, o Zé, a Inês e o Vitor que chegaram finalmente de Portugal!!!

Sejam benvindos!!
Quanto aos que estão em PT, só posso desejar Boa Sorte para o resto dos exames!! Vão dando noticias...
Bjs

Varsórvia


segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Cracóvia & Auschwitz

Cracóvia (4/Jan./08)

Chegámos a Varsóvia ao 12h, teoricamente a altura de maior calor do dia… estava um frio de meter medo! (Mais tarde o Vítor disse-nos que nesse dia, a temperatura percepcionada era de -26º!!!). Foi a tiritar que encontramos o caminho para a estação de comboios e daí para Cracóvia!

Antes da nossa viagem, tinha ouvido que Cracóvia era espectacular e que não que valia nada… pelo que foi com alguma expectativa que começamos a descobri-la! Mas também não o fizemos sozinhas! Claro que tivemos companhia. Desta vez, o Diogo! Um rapaz que a Sara conhecia e que está a fazer Erasmus a poucos kms desta cidade! Ele foi um querido e prontificou-se a ficar no nosso hostel e a mostrar-nos os encantos de Cracóvia!


E que cidade mágica! Parece que foi retirada de um conto medieval. Até hoje não acredito que é a 2ª cidade mais importante da Polónia! É completamente o oposto de Budapeste. Tem edifícios baixos, ruas pequenas, e muita gente na rua (mesmo com -10º). Mas tem também a maior praça medieval da Europa.

Esta praça marca o centro da cidade, e nas diversas artérias que dela parte, é possível encontrar cerca de 400 restaurantes, bares e pubs! Pelo que já estão a ver o que atrai tanta gente para rua! À noite, o movimento é incrível, e os bares, todos underground, ficam cheios! Há para todos os gostos, tanto fomos ouvir jazz, como dançar tecno; tanto nos aquecemos em cafés confortáveis, como comemos Kebab’s no meio da rua, ou deliciamo-nos com comida indiana.
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É o espírito medieval que torna esta cidade diferente e ideal para um passeio de fim-de-semana. Segundo a lenda, Cracóvia surgiu após ter sido derrotado um Dragão que lá morava, pelo que este é o símbolo da cidade, aparecendo um pouco por todo o lado!
Por outro lado, a Polónia é dos países mais devotos ao catolicismo da Europa, as pessoas levam muito a sério a religião. Daí que não seja difícil encontrar uma igreja ou capela, quase em cada esquina. Fomos ver a casa onde o papa João Paulo II ficou quando veio a Cracóvia, e ainda lá está uma foto dele a abençoar a cidade.

O Diogo revelou-se uma companhia fantástica e muito paciente… levou-nos a ver o Wawel Castle, que é lindíssimo e deixou-nos comprar todos os postais e tirar inúmeras fotos!!! (Obrigado Diogo!) Foi ele que nos aconselhou a ir visitar Wieliczka (salt mine). Quase que nos passava ao lado esta antiga mina de extracção de sal, que é considerada património mundial pela UNESCO. Durante séculos os polacos retiraram sal desta mina, construindo uma panóplia de galerias espectaculares. Entre elas, está um igreja construída a 125 metros de profundidade, com 12m de altura – “Chapel of the Blessed King”, toda ela esculpida em blocos de sal. Vale muito a pena visitar!

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Auschwitz
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Não era preciso ninguém nos dizer para ir visitar Auschwitz! Este campo de concentração é o símbolo de uma história recente de terror e de humilhação da raça humana que queríamos mesmo ver!

Já sabia de antemão que o que ia ver não seria agradável, mas nada me preparou para um cenário tão terrível. Primeiro fomos a Auschwitz 1, o antigo e mais importante campo de concentração dos nazis é agora um museu que retrata ao pormenor e fielmente o dia a dia do mesmo. Inacreditável!
Ao ouvir a explicação da guia (que fazia questão de enfatizar a crueldade dos actos lá cometidos), ao ver, com os meus próprios olhos, as centenas de milhares de objectos pessoas que outrora pertenceram a PESSOAS que friamente foram assassinadas – sapatos, óculos, pentes, malas, …; ao ver centenas de kgs de cabelos que foram rapados de cadáveres, para depois vender; ao perceber como os prisioneiros eram (mal) tratados; ao ver a câmara de gás e o muro das execuções, … eu pergunto porquê? “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei!” Onde estava Ele? E como foram capazes tantas pessoas de compactuar com tanta brutalidade?!
6 milhões de seres humanos!

No fim da visita, já depois de vermos Auschwitz 2, que é um campo de concentração situado a poucos kms do primeiro, 25 vezes maior, construído por prisioneiros com a simples intenção de matar rapidamente, a guia acabou a sua explicação dizendo: “O museu de Auschwitz foi construído para aprendermos com ele! A história repete-se! Porque não havemos de aprender?”


A passagem de ano: Budapeste

Budapeste (31/Dez./07)

Não há nada como chegar a um país desconhecido e ter alguém à nossa espera. O hostel onde ficámos “disponibilizou-se” para nos ir buscar ao aeroporto (por €12) e nós aproveitámos! E que hostel… perto do centro e com um ambiente espectacular! Se vierem a Budapeste recomendo vivamente o “Aboriginal Hostel”. Tenham é cuidado com pinguins peluches… não os deixem sozinhos! Lol

O 1º impacto de Budapeste foi de ruas desertas e escuras, e o sabor delicioso de uma sopa no pão! :) Esta sopa foi apreciada já em inglês, porque a outra residente do quarto 006 da Moxa em Bucareste, veio ter connosco à capital húngara. E como ela ainda se está a iniciar na língua portuguesa, e nós ainda não descobrimos como perceber alemão, a solução foi mesmo adoptar o inglês definitivamente! E ainda bem!

No último dia do ano, começamos por visitar Buda com a ajuda do mapa da cidade e do livro recém comprado da Sara “Eastern Europe”. Rapidamente descobrimos que visitar uma cidade nesta altura do ano, quando tudo está fechado, quando anoitece às 4h da tarde e com muitos graus negativos não trás bons resultados! Lol
Mas mesmo assim, não desistimos! De Buda tem-se uma vista fantástica sobre o Parlamento (que é o edifício mais importante e simbólico da cidade), e também sobre toda a parte de Peste. Lindo!
Mas pessoas é que não se encontrava na rua! Atravessamos a ponte e descobrimos uma das ruas mais movimentadas da cidade – Vaci ucta – era aqui que os húngaros se escondiam!! O ambiente era incrível! As barraquinhas ao longo da rua a vender doces, vinho quente (hum!!), champanhe, perucas, buzinas, fogo de artificio, etc. conferiam à rua um espírito mais acolhedor! E esta gente não espera pela meia-noite para lançar fogo de artifício… nahh! Era frequente ver o céu iluminado por pequenos fogos que as próprias pessoas lançavam! Só não sei se era muito seguro!

Mas o frio apertava e ainda era cedo… pelo que decidimos dar um pulo até ao hostel! Mais uma vez, o ambiente na sala comum era inacreditável… finlandeses, australianos, espanhóis, franceses, japoneses, ingleses, alemães e portugueses faziam a festa! E nós não éramos as únicas portuguesas. Qual a nossa espanto quando ouvimos um espanhol a imitar o Scolari: “A RTP paga e eu é que sou burro!!?!” hihihih Tinha sido ensinado por um português que também lá estava!! Havia ainda mais um tuga, o Phill, e nem o facto de ele estar a trabalhar no hostel, o impediu de aproveitar a festa!
Perto da meia noite, foi um grupo de muitas nacionalidades que partiu para “Octagon”! 5-4-3-2-1… 2008!! As 12 badaladas passaram-se como um pouco por todo o mundo! Muitos abraços, sorrisos, champanhe, fogo de artificio e sms!! Ainda estivemos com mais portugueses que vieram de Pitesti (na Roménia) e outros que encontramos por acaso!! “Portugal must be empty” dizia a Sabrina! lol

Nos restantes 3 dias que passamos na Hungria, dividimos o tempo a visitar a cidade (Buda e Peste), a experimentar a doçaria e os seus belos restaurantes e a conhecer alguns bares algo alteranativos!

A cidade é linda! Mas é diferente de Praga (que marca o topo da escala), os monumentos estão mais distribuídos pela cidade; o Danúbio confere à cidade uma mística, e as montanhas de Buda oferecem aos seus visitantes paisagens fantásticas!


Em relação aos restaurantes e cafés, tivemos desta vez, a ajuda preciosa do André Lemos (Obrigado André!), que passou 3 meses cá em Erasmus e mandou-nos umas dicas por e-mail! A comida é boa (para quem gosta de temperos) e não é cara (embora também não seja muito barata!). Tem bons bares com bom ambiente só para relaxar e passar um bom bocado com os amigos! É preciso é descobri-los por entre o emaranhado de ruas escuras e desertas de Budapeste!

No meio de tanta coisa, ainda tivemos tempo de ir à Opera e ao Museu! Lembram-se quando vos disse que ia tentar ficar mais culta!? Lol Fomos ver La Traviata por €1,60! Os lugares eram fracos, mas só por ver o edifício por dentro, já valia a pena! E fomos ver uma exposição de trabalhos de Picasso, Kandiscky, Klee e Hundertwasser ao Museum of Fine Arts (também por €6!)

Foi com esta ópera de Verdi que nos despedimos da Sabrina, e de toda a sua boa disposição que temperou a nossa estadia em terras húngaras. Para a memória fica a nossa playlist, as nossas resoluções de 2008, as nossas divagações pela cidade com o mapa na mão e cheias de frio, e todos os bons momentos que partilhámos!
Danke Shon!

Quanto a nós... Seguimos para a Polónia!

O início: Bristol

Foi com algumas semanas de antecedência que eu e a Sara decidimos fazer uma passagem de ano diferente. Nem eu, nem ela atribuímos a esta data uma grande importância, nem costumamos fazer uma grande festa para a comemorar. Assim, não foi difícil optarmos por abandonar os 10º/15º em Portugal e começar o novo ano da melhor maneira possível – a viajar!
A viagem começou no dia 30 Dez. (Domingo) às 7.30h. No aeroporto eram imensas as caras conhecidas que também se despediam de entes queridos para viajar pela Europa ou pelo Mundo.
A despedida da família foi agora muito mais fácil, quando comparada com a de Setembro. Já sabíamos para onde íamos… e estávamos ansiosas!


Bristol
(30/Dez./07)

Estava prevista uma paragem nesta cidade inglesa de cerca de 6h, antes de embarcarmos para Budapeste. Por isso, e aproveitando mais uma vez o espírito de Erasmus, pedi ao Tiago (o eng. da FJC) para me fazer um pequeno trajecto que contemplasse os principais pontos de interesse de Bristol. O qual nos deu mt jeito... Obrigado Tiago!
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Só foi pena o aeroporto não ter onde guardarmos as malas! Sim… conhecemos Bristol com uma mala de 10kg às costas!!! Mas isso não nos impediu de vermos todos os pontos de interesse previamente indicados: St Mary Radcliffe, Queen Square, Promenade, Bristol Cathedral e Wills Memorial.
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A cidade é encantadora e tipicamente britânica (naquilo que eu considero o conceito de Bristish). Não foi difícil encontrarmos gentlman a beber cerveja em pubs às 14h! E foi engraçado ouvir, pela 1ª vez, pessoas a falarem inglês de forma perfeita e com sotaque britânico!! (Talvez por ser a sua língua materna!)
Para além dos
postais comprados, e muitas fotos tiradas, de Bristol vai ficar um livro pelo qual a Sara se apaixonou e que mais tarde veio a dar muito jeito.

Já no aeroporto de Bristol, tentar embarcar foi um caus!!! Tanta gente a viajar, com tantas malas… e em low costs… não é uma receita agradável!